No Tô de Folga desta sexta-feira (5), o repórter Alex Barbosa saiu de São Luís, no Maranhão, e foi para Bonito, no Mato Grosso do Sul. O lugar é privilegiado, cheio de grutas com formações de dez mil anos e um lago azul que até hoje ninguém descobriu a profundidade. Para quem gosta de mergulhar, vale a pena, porque a água é cristalina e com muitos peixes e corais. Confira como foi a viagem:
“Essa foi a primeira vez que eu visitei o Mato Grosso do Sul. Cheguei em um dia de sol, com muito calor - estava fazendo mais de 30ºC - e fui direto para a cidade de Bonito. De Campo Grande até lá são 300 quilômetros pela BR-060.
Eu levei quatro horas para chegar e não tinha ideia que a cidade fosse tão pequenininha. Ela só tem 20 mil habitantes, mas fica cheia de turista e é bem tranquila. Um casal de franceses disse que ouviu falar que Bonito é um lugar único no mundo e fez questão de incluir no roteiro de férias.
A decoração da maioria dos hotéis é rústica, mas encontrei de tudo: de pousadas bem simples a hotéis bem chiques.
Nossa primeira parada vai ser a gruta do Lago Azul e eu tô bem ansioso para conhecer esse lugar, porque é um dos principais cartões postais de Bonito. Enquanto isso, eu aproveito para apreciar essa paisagem típica do sul-mato-grossense. Na entrada da gruta, a gente põe um capacete para segurança em caso de um escorregão ou coisa assim. Aí anda por uns 300 metros, até se deparar com a gruta.
De cara, a gente já vê as estalactites, formações pontiagudas enormes formadas 10 mil anos atrás pela água da chuva que escorre. Lá embaixo, o Lago Azul, que por si só já explicaria o nome da cidade.
Os guias dizem que no verão, entre 9h e 10h, é o melhor horário para visitar a gruta. É que nesse horário acontece um fenômeno bem interessante. A luz do sol entra na gruta e reflete na água, causando um efeito sensacional. Parece até que tem uma luz de neon no fundo do lago. E olha só que curioso: mergulhadores já desceram por mais de 70 metros e não conseguiram chegar ao fundo do Lago Azul. A profundidade é um mistério até hoje.
Depois de visitar o lago, eu fui a uma das fazendas da região. Tem várias nesse mesmo estilo para os turistas. Chegamos bem na hora do almoço, com direito a carne pantaneira e arroz carreteiro. Caprichei no prato pra ter muita energia e seguir por uma trilha de dois quilômetros, enquanto os anfitriões se exibiam pelas árvores. Com minha câmera, eu filmei um montão deles.
A trilha é longa, mas não dá nem tempo para cansar. A gente anda um pouquinho e já se depara com um cenário bacana. Nesse trecho aqui, uma cachoeira de um lado e é só dar alguns passos e encontrar com outra. São sete no total. E o melhor de tudo: em cada uma delas, o turista pode parar e entrar na água para se refrescar à vontade. ‘É uma delícia. Mais bonito ainda é ver os peixes até a olho nu’, diz a turista paulista Mirela Huppert’.
Em alguns pontos é possível saltar de alturas de até seis metros. Quase me faltou coragem, mas eu fechei o olho e fui. Essa risada toda é do meu cinegrafista, que viu minha cara de assustado e o desespero para voltar à superfície logo. Eu não sou dos melhores nadadores, né?
Mas o passeio mais legal em Bonito pra mim ainda estava por vir. O caminho agora é para o Rio da Prata, para fazer uma flutuação em águas cristalinas. Eu fiquei impressionado quando olhei lá embaixo e vi aqueles cardumes passando bem pertinho de mim. É muito lindo. Olha só como a água muda de acordo com a luz do sol.
São dois quilômetros contemplando a diversidade de vida que tem dentro d’água. Muito legal! E depois eu ainda fui convidado para fazer um mergulho no Rio Formoso. Para quem nunca mergulhou dá uma certa agonia no começo. Tem de respirar só pela boca para usar o equipamento, mas depois, a gente acostuma e é só alegria... E aventura também.
O passeio é uma escalada debaixo d’água. Segurando em pedras e troncos para chegar até uma cachoeira, onde a água que cai forma bolhas de águas com um efeito de tirar o fôlego. Quer dizer, melhor não perder o fôlego por aqui. ‘Realmente é uma escalada. Você tem que se atracar nas pedras para vencer a correnteza’, conta Ana dos Santos, turista cearense.
Eu fechei a visita, indo ao balneário de Bonito, que também atrai muitos turistas. E olha como eles nadam rodeados de peixes enormes. E não só isso, o lugar parece uma grande piscina, mas aqui esse contato com a natureza é tão intenso, que às vezes assusta.
De repente, o povo descobre que tem uma sucuri de três metros nadando junto com os banhistas.
Todo mundo parou para ver, inclusive eu. Ela parecia se exibir, mostrou até a língua assustadora, enquanto os moradores da região, que já são tão acostumados a respeitar o espaço dos bichos, continuavam na água normalmente. Coisas de Bonito, um nome até modesto para um lugar com tantas belezas assim".